sábado, 4 de outubro de 2008

Corrida do Tejo - Caxias




Não perdendo de vista a "nossa" Corrida do Tejo aqui vai mais uma descrição de um dos pontos de passagem do percurso: Caxias.

Caxias é uma freguesia portuguesa do concelho de Oeiras, com 3,41 km² de área e 8 694 habitantes (2001). Densidade: 2549,6 hab/km².
Foi elevada a vila em 24 de Julho de 1997, ao que se seguiu a criação da freguesia do mesmo nome, a 12 de Junho de 2001 (até então era apenas uma povoação da freguesia de Paço de Arcos).
Durante o regime ditatorial do Estado Novo, existia nesta freguesia uma prisão com presos políticos libertos após a Revolução dos Cravos.


HISTÓRIA




Esconde-se na bruma da Pré-História, a memória da área da freguesia, desenvolvida ao longo da Ribeira de Barcarena, através de quatro estações classificadas pela Carta Arqueológica do Concelho: nos tempos do Paleolítico, junto da Quinta do Jardim (estação nº.74), nas imediações de Laveiras (nº.76) e na praia a montante do forte de São Bruno, na confluência com a Ribeira de Barcarena (nº.77); e, talvez no Neolítico, ainda na estação de Laveiras, acima referida.



Vencidos os tempos da pré-História, uma lápide de Flavius Quadratus, aquilífero da II Legião atesta a presença dos romanos em Laveiras (estação nº.75).



Atingida a Idade Média, nascida a nacionalidade, a referência mais remota que conhecemos, em relação à área, é coetânea de D. Sancho I, a carta de doação e escambo (Lourinhã, 1203), celebrada pelo famoso chanceler Julião Pais, segundo a qual um tal D. Pedro e seu irmão D. Vilelmo, receberam a várzea de Laveiras e outros bens "por aquela herdade que vós tivestes em Sesimbra e pelo bom serviço que nos fizestes e fazeis", tudo confirmado por carta de D. Afonso II (Lisboa, 1218). Laveiras, durante séculos presente na pedra aplicada nas obras mais significativas das redondezas, da Cartuxa às fortificações mas, também, nos Jerónimos, no Terreiro do Paço, no porto e nas calçadas lisboetas.



Do Murganhal, decerto forma derivada de murganho, o mesmo que musarando, mamífero insectívoro acastanhado, parecido com um rato, explicável pela abundância da espécie na região, avulta a memória de a sua quinta ter sido doada por D. Pedro I (reinado: 1367/82), em recompensa de serviços prestados pelo seu escrivão da puridade, Gonçalo Vasquez, a partir de dois casais adquiridos por este a João Redondo e filhos e à igreja de Santa Maria Madalena de Lisboa.



O século seguinte é o da concessão de Carta de Privilégio (Santarém, 1487) aos oficiais das Ferrarias de El-Rei (D. João II), as quais levaram à posterior laboração do fabrico de pólvora e à consequente intensificação da tradicional navegação na Ribeira de Barcarena. A Ribeira - Acima e a Ribeira - Abaixo, separadas dois quilómetros entre o limite sul da Fábrica da Pólvora e o termo meridional da freguesia de Barcarena, ainda hoje constituem verdadeiras certidões toponímicas, contemporâneas do transbordo das matérias primas e dos produtos, para e das barcas, até dar origem , na foz da ribeira, a uma modesta povoação cujos fastos aqui celebramos.



D. Simoa Godinho, a famosa "D. Simoa de São Tomé" marcou presença em Laveiras, dado que, tendo legado uma quinta para um convento de frades pobres, D. Filipe II obteve, de Roma, licença para atribuí-la aos frades cartuxos, ali instalados em 1598, vindos da actual Travessa dos Brunos, na Pampulha, Lisboa. Os factos de a Cartuxa ter sido construida para os frades de São Bruno, no vale da Ribeira de Barcarena e de a doadora ter fundado uma capela na igreja da Conceição Velha (na qual repousam os seus restos mortais), em Lisboa, sob a invocação de Nossa Senhora da Misericórdia, justificam que ao mosteiro fosse dada a designação de Valles Misericordiae e que a igreja tenha sido dedicada a Nossa Senhora da Conceição e a São Bruno.



Por esta época se iniciou uma significativa melhoria dos "caminhos e carreiras/ que vão daqui para Oeiras", com a construção (1618) da primeira ponte da actual freguesia, de pedra, "de um só arco muito simples e sem beleza architectonica", a sudoeste da actual Quinta Real, na estrada da Gibalta, sobre a Ribeira de Barcarena.



Restaurada a Independência, a consequente construção no Tejo, de uma linha fortificada, levou D. António Luís de Meneses, 3º. Conde de Cantanhede, a endereçar uma carta (1649.NOV.1) a D. João IV, comunicando ter mandado fazer "duas baterias, uma na Ponta de Laveiras (forte de São Bruno) (...) e outra na Boa Viagem (...) e entre estas duas Baterias fica um posto que chamam Caxias onde se está fazendo uma trincheira com camisa de pedra e cal e no meio dela fica uma esplanada com 4 canhoneiras para se lhe pôr artilharia, que se lhe porá tanto que se acabar". Esta a mais antiga referência que conhecemos, quanto ao topónimo Caxias, de cuja raiz etimológica encontrámos três versões: uma, que nos parece mais credível, com origem em casillas, casas pequenas, no país vizinho; outra, do latim quassina (rochedo, quebra-mar), donde Cassia e, depois, Caxia; outra, ainda, com o significado de "pedra que corta a água", todas aguardando esclarecimento dos etimologistas para a grafia clássica, por apurar, com ch ou com x. 



O já referido " posto que chamam Caxias" antecessor do forte de Nossa Senhora do Vale, já concluído em 1653 e utilizado durante longos anos, como depósito e cais de embarque dos produtos da Fábrica da Pólvora de Barcarena, destinados aos armazéns da capital e demolido (1939) para dar lugar à actual curva do Mónaco, pode, pois, dever a sua designação ao termo casillas, a sugerir que o topónimo pode ter nascido nas humildes habitações da Rua Direita, com a ocupação filipina, terminada apenas nove anos antes da já referida carta do Conde de Cantanhede. Teria sido assim? 



Do povoamento de Laveiras, nesta época, há que referir, em 1603 os casais de Antónia Gomes e João Rodrigues de Elvas (primo de Heitor Mendes de Brito e Elvas, marido de D. Teresa Eufrásia de Meneses, titular do Palácio dos Arcos, em Paço de Arcos); em 1607, os de Amador Brás, do Dr. Cristóvão Borges, de Álvaro Pires e de Pero Enes Serra; em 1611, a terra de pão do Dr. Francisco de Bragança, Comissário Geral da Bula da Cruzada; em 1672, o casal " que foi de Martim Descalça, de Laveiras", o primeiro desta família, Descalça ou Descarça, em Portugal, a mesma de Benedetto Odescalchi (1611/89), 241º papa, Inocêncio XI (1676/89), beatificado em 1956. Em Laveiras, Martim Odescalchi residente junto da Cartuxa, casou primeiro com uma filha de Tomás Missavel e, depois de enviuvar, com Maria Alcoforado Godinho. 



Em 1712, o padre António Carvalho da Costa descrevia Laveiras, então com 40 vizinhos (fogos ou famílias, com a equivalência normal de quatro habitantes por fogo), e "hua Ermida de Santo Antonio & lhe passa hum rio pelo meyo, que tem hua ponte de hum só arco, aonde está o Forte de S. Bruno & da parte do Nascente fica o Convento dos Cartuxos"; e o Murganhal,com 12 vizinhos, "seis moinhos & hua grande quinta que chamaõ o Jardim, com hua Ermida de S. João Bautista", sem referir Caxias, provavelmente ainda um palmo de terra, acanhado, entre a Rua Direita e o Forte de Nossa Senhora do Vale. 



Corria o ano de 1736 quando surgiu a actual Cartuxa, em sítio mais alto que o anterior, imitando em linhas gerais, a igreja da Cartuxa de Évora cuja traça se assemelha à de Santa Cecília de Trastevere, em Roma, enquanto, por ordem do infante D. Francisco (m. 1742), irmão de D. João V, começou a tomar forma a Quinta Real, cujo palácio veio a ser concluído em 1832 e completado com a Casa de Massarelos, cerca de 1845. 



Quase meio século após a descrição de 1712, do padre Carvalho da Costa, o padre-cura Francisco dos Santos Pereira referia (1758) as três grandes localidades da região logo após o terramoto, Laveiras, com 75 vizinhos e a ermida de "N. Srª. de Porto Seguro, pertence aos Monges de S. Bruno, he frequentada de Romagens, e no dia da Natividade da Srª. avem festejar romeiros de Lisboa"; Caxias, com 23 vizinhos, tem "a ermida de N. Srª. da Conceição nas cazas do Exmo Principal de Barem" ( o genealogista Antonio Correia Barem, já falecido em 1640, marido de D. Antónia de Vilhena, titular do Palácio e Quinta da Terrugem? A ermida da actual Casa de Massarelos, talvez construida num antigo foro da Terrugem? Ou confusão com a igreja da Cartuxa dedicada a Nossa Senhora da Conceição e a São Bruno?) e Murganhal, com 10 vizinhos. A região contava já, portanto, com uma população total de 108 vizinhos duplicando, pois em menos de meio século, a de 1712. 



Não anda longe da anterior, a descrição de 1763, do padre João Bautista de Castro, com as ermidas de Santo António (da Mina?), em Laveiras; de Nossa Senhora da Conceição (repetição da versão de 1758), no lugar de "Cachias"; e de São João Baptista, na Quinta do Jardim. 



A partir de 1764.ABR.5 ficaram definidos cinco lugares e quatro sítios repartidos por duas vintenas, a do Murganhal (com o lugar que lhe deu o nome e os sítios de Ribeira - Abaixo, Azenha do Murganhal e Jardim) e a de Laveiras (com o lugar que lhe servia de designação e os da Terrugem, Caxias e Cartuxa e o sítio da Gibalta), área na qual residiam os 530 confessados durante a Quaresma de 1773.



Da primeira metade do século XIX ficou a lembrança da constituição da Irmandade de Nossa Senhora das Dores, na ermida de Laveiras (1812. MAR.20) à qual foram concedidas graças perpétuas por breve de Pio VII (1817.JUL.26); da construção da Estrada Real (1828/33); e do teatrinho na casa do 2º.Conde de Carvalhal (1849), enquanto a Quinta Real, cenário do lazer de D. Miguel, até 1832, passou, depois de incorporada nos bens da Coroa (1834), a deliciar os verões da família real e dos seus visitantes, com destaque para Garrett, o qual afirmava na sua "Epístola Romântica" (1847.SET.9),



(...) em Caxias

São poucas para mim todas as pennas",



numa época (1838) em que a região incluía cinco lugares (Cartuxa, Caxias, Gibalta, Laveiras e Murganhal), duas quintas (Jardim e Lagoar), dois fortes (Nossa Senhora do Vale e São Bruno) e um mosteiro (Vale da Misericórdia). 



A segunda metade de oitocentos ficou assinalada pelo incêndio e destruição (1866) da primitiva capela de Nossa Senhora das Dores de Laveiras e pela sua reconstrução (1867), custeada pelo produto de esmolas; pela construção (1879/86) do Forte de Caxias, depois denominado Rei D. Luis (1901.NOV.15); pela inauguração da ferrovia Pedrouços - Cascais, com via dupla apenas até Caxias (1889.SET.30); e pela inauguração da Escola de Laveiras, em anexo à capela de Nossa Senhora das Dores (1891.ABR.19). Caxias e a sua zona envolvente continuavam a ser destino privilegiado, ora para frequência da praia, ora para passeios através do Tejo, ou, ainda, para participação em festejos anuais, de devotos de Nossa Senhora das Dores e do mártir São Sebastião. Mas o século não terminaria sem dois sinais de alarme, quanto à poluição, os pedidos de "saneamento da ribeira de Caxias" (1897.DEZ.29), de regularização do "leito do rio de Laveiras" e de proibição das "lavadeiras de lavar no dito rio" (1900.OUT.11). 



No quartel inicial do século xx, foi transferida das Mónicas para a Cartuxa (1903.MAI.31) a Casa de Detenção e Correcção, actual Centro Educativo Padre António de Oliveira e publicado, com duração efémera, o primeiro periódico, a revista trimestral "Os Signaes dos Tempos" (1908.JUL/SET?). Cedidos o palácio e a Quinta Real de Caxias, aos Ministérios da Guerra e da Justiça (1908.DEZ.31), entraram em funcionamento cinco telefones da rede da Cruz Quebrada, dos quais, o nº.1, de P.E. Mascarenhas, na Gibalta (1911.AGO.1). Construído o farol da Gibalta (1914), foi iniciada (1916) a utilização do forte Rei D. Luís, como estabelecimento prisional: ali estiveram detidos soldados insubordinados de Infantaria 1, assaltantes de mercearias (1917.MAI), grevistas da construção civil (1917.JUL.9/18) e 63 dos 84 funcionários telégrafo - postais (1917.SET.3/12) em greve desde 1917.SET.1, solidários com os seus 900 colegas presos no Tejo, a bordo do navio "Lourenço Marques". Transferido para Caxias (1922.FEV.16) o governo (1922/23) de António Maria da Silva, receoso de intentonas; o Presidente da República (1923/25) Manuel Teixeira Gomes, renunciou ao seu cargo e, seis dias depois, saiu de sua casa, na Gibalta, e tomou o rumo do exílio (1925.DEZ.17).



Um ano depois (Decreto-Lei nº.12783-1926.DEZ.7), as localidades de Lagoal, Caxias, Cartuxa, Gibalta, Laveiras e Murganhal, às quais se juntou a Quinta do Jardim (Decreto nº. 15285-1928.MAR.27), transitaram da freguesia de Oeiras para a de Paço de Arcos, criada naquela data e recordada por alguns caxienses, felizmente ainda entre nós.



Os quatro últimos anos da década de vinte são os da classificação de Caxias como praia de 2ª. ordem (1926.DEZ.15) e da fundação do Grupo Desportivo Unidos Caxienses.



Os da década 1931/40 são os do início da utilização do Forte Rei D. Luis, no reduto sul, para presos civis (1935.JAN.24) e no reduto norte, para presos políticos (1938.MAI.19). E ainda, a extensão da rede de abastecimento de água a Caxias e Laveiras (1935.AGO); a bênção da Cartuxa e sua reabertura ao público (1938); o início da demolição do forte de Nossa Senhora do Vale (1939.OUT.15), incluída nos trabalhos de abertura da Avenida Marginal; e o VIII Recenseamento (1940) com 1507 presentes em Caxias, 584 em Laveiras, 219 no Murganhal e 211 no Lagoal, isto é um total de 2521, equivalente a 41% do da freguesia.



Da década de quarenta ficaram as recordações da criação do Centro de Assistência Infantil Nossa Senhora das Dores (1942); da constituição (1944.MAR.20) do Vicariato de Laveiras-Caxias; da fundação da Conferência de S. Vicente de Paulo (1943), ambos em Laveiras, e da electrificação do farol da Gibalta (1950).



A primeira metade do período 1951/60 dominou as primeiras páginas da imprensa nacional (1952.MAR.31): 



"JUNTO AO FAROL DA GIBALTA, PERTO DE CAXIAS 

TONELADAS DE TERRA E PEDRAS 

NUMA AVALANCHE GIGANTESCA 

CAÍRAM SOBRE UM COMBOIO 

10 MORTOS E 38 FERIDOS NUMA CARRUAGEM 

ESMAGADA 

RECEIA-SE QUE OUTROS PASSAGEIROS 

ESTEJAM AINDA SOB OS ESCOMBROS", 





O inferno na Terra, dez dias depois do primeiro beijo primaveril, seguidos da classificação da Quinta Real de Caxias como imóvel de interesse público (Decreto nº. 39175-1953.ABR.17) e da construção do actual farol da Gibalta, o segundo (1954). A segunda metade da década é a do X Recenseamento (1960), com 4060 residentes correspondentes a 48% do total da área da freguesia, assim repartidos: Caxias, com 2133 e Laveiras - Murganhal, com 1927.



Da década de sessenta, apenas ficou a lembrança da extensão da rede de abastecimento de água ao Murganhal (1963) e da criação da Escola Primária Oficial nº. 1 - Caxias (1970), mas o período 1971/80 foi fértil em acontecimentos: a libertação de presos políticos, a passagem do reduto norte do forte Rei D. Luis, primeiro a dependência do Movimento das Forças Armadas e do Conselho da Revolução, depois (1979.MAI.4) a instalação da Casa de Reclusão da Região Militar de Lisboa; mas, também, a alteração toponímica do Largo António de Oliveira Salazar, para Alves Redol (1974.SET.18); e ainda a instalação provisória da Escola EB 2+3 de Caxias (1976); a classificação do forte de São Bruno, como imóvel de interesse público (1978.SET.12) e a criação da Paróquia de Laveiras-Caxias (1979.JUN.18).



No período de 1981/90 assistiu-se à instalação da Guarda Nacional Republicana, em Caxias (1983); à atribuição de uma Menção Honrosa à estação ferroviária de Caxias no concurso Estações Floridas (1984) e à cedência do forte de São Bruno ao SANAS - Corpo de Voluntários Salvadores Náuticos (1984.OUT.22); às inaugurações dos centros de Convívio da Terceira Idade, de Laveiras (1987.ABR.25) e Caxias (1987.DEZ), do Centro Cultural e Parque Infantil da Pedreira Italiana (1988.JUL.24) e da Estação de Pré - Tratamento de Esgotos de Caxias (1990); à transferência para Caxias (1988) da sede do Instituto de Socorros a Náufragos; e ao início das obras de restauro, pelo Instituto Rainha Dona Leonor, das estátuas e pinturas dos jardins do Paço Real de Caxias (1990.FEV.).



São da primeira metade da última década o XIII Recenseamento (1991) com 6679 residentes (3116 em Laveiras, 3086 em Caxias e 477 no Murganhal); a reorganização administrativa da área, de então em diante, correspondente à do Aglomerado de Caxias - Laveiras (Lei nº.17-R/93-JUN.11); a substituição da Guarda Nacional Repúblicana pela Policia de Segurança Pública (1995.MAI.15); a inauguração em Laveiras, da Creche - Jardim de Infância Nossa Senhora do Acolhimento e do Espaço Paroquial da Sagrada Família, ambos entregues à Obra Social da Madre Maria Clara, das Irmãs Hospitaleiras da Imaculada Conceição (1995.SET.16). Na segunda metade da última década do bimilénio, assistiu-se à inauguração do Centro Comunitário Paroquial de Nossa Senhora das Dores (1996.JUN.22) e a um dos momentos altos da vida de Caxias, o da sua elevação à categoria de vila (Lei nº.79/97-JUL.24). Assim se abriu o caminho, finalmente, ao evento de enorme significado cuja comemoração aqui nos traz, o da criação da freguesia de Caxias (Lei nº. 18-B/2001-JUL.3).


PATRIMÓNIO


Caxias é a mais recente freguesia do Concelho de Oeiras, criada no dia 3 de Julho de 2001.

Localiza-se entre o Rio Tejo e o Vale da Ribeira de Barcarena. À semelhança de outros lugares, pertencia ao antigo Reguengo de Oeiras, que se estendia desde o Rio Jamor até à Ribeira da Lage.

Na Freguesia, merecem especial destaque alguns edifícios notáveis, nomeadamente, a Quinta e o Paço Real, o Convento da Cartuxa, o Forte de S. Bruno, a Casa de Massarelos, as quintas do Lagoal, do Jardim e de Santo António da Mina, para a além do Farol da Gibalta, “sentinela” atenta para quem demanda a barra do Tejo.


Igualmente notável mas de lembranças menos agradáveis para muitos é a “ligação” de Caxias àquele que é um dos seus “ex-libris”, o Forte D. Luís, utilizado desde 1916 como Estabelecimento Prisional.

 
Forte de São Bruno

Bordejando as águas do Tejo, encontra-se o Forte de São Bruno, construído na época da restauração (1660) e cuja recuperação, bem como do espaço envolvente, constitui uma interessante alternativa para os tempos de lazer. É a primeira de uma série de fortificações marítimas que se encontram ao longo do litoral e que serviram como postos de defesa a possíveis incursões inimigas por mar. É imóvel de interesse público desde 1978.


Igreja da Cartuxa

A Igreja da Cartuxa foi inicialmente construída no vale da Ribeira de Barcarena para os frades de São Bruno e dedicada a Nossa Senhora da Conceição e a São Bruno. Só em 1736 surgiu a actual Cartuxa, num local mais ermo que o anterior, numa imitação livre da Igreja da Cartuxa de Évora, cuja traça se assemelha à de Santa Cecília de Trastevere, em Roma.


Quinta Real de Caxias

A construção da Quinta Real de Caxias iniciou-se no século XVIII, por mão do Infante D. Francisco, irmão de D. João V. O palácio ficou concluído em 1832. É o único Paço que a realeza teve à beira mar. No jardim, mais conhecido por Jardim do Paço Real, podem-se admirar as estátuas em terracota da autoria de Machado de Castro, a Cascata real e o lago das Ninfas. É imóvel de interesse público desde 1953.



Fundação da Casa de Bragança - Caxias

Quinta do Jardim – Murganhal / Caxias

 A Quinta do Jardim é uma propriedade urbana e rústica que fica entre Laveiras e Murganhal a 12 KM a poente de Lisboa. É servida pela auto-estrada Lisboa-Cascais e pela Estrada Marginal.



Parque Quinta Jardim - Murganhal / Caxias

Fontanário Murganhal - Caxias

Farol da Gibalta


O primeiro farol da Gibalta começou a orientar a entrada de navios na barra do Tejo em 1914. Em 1954, quatro anos após a electrificação do farol original, foi construído o segundo e actual farol da Gibalta, que continua e continuará a ser um marco histórico de Caxias.


Hospital/Prisão de Caxias

O Forte de Caxias foi construído entre 1879 e 1886, tendo passado a adoptar o nome de Rei D. Luís em 1901. A sua utilização como estabelecimento prisional data de 1916, tendo ficado conhecido durante o Estado Novo como uma das prisões que mais presos políticos albergou. A libertação destes presos após o 25 de Abril de 1974 ficará para sempre na memória dos caxienses.


Igreja Paroquial de Laveiras


Depois do incêndio que em 1866 destruiu a primitiva capela de Nossa Senhora das Dores de Laveiras, a reconstrução encetada em 1867, com as esmolas dos crentes fervorosos, trouxe-nos até hoje a Igreja Paroquial de Laveiras.



“Esta Egreja foi ampliada e restaurada por conta do estado em 1888-1889 sendo ministro das obras públicas o Conselheiro Emydio Júlio Navarro.”


“À memória RDO Padre Feliciano Martins dos Santos, Capellão que foi desta Egreja desde 1 de Abril de 1887, até 15 de Outubro 1876 data do seu falecimento.”


“Em Setembro de 1883 os povos circunvizinhos mandaram gravar a presente incscrição em testemunho de eterna gratidão e saudade para com o sacerdote modelo que foi na vida o seu anjo tutelar”


Instituto de Reinserção Social Padre António de Oliveira


No primeiro quartel do Séc. XX, mais precisamente em 1903, foi transferida das Mónicas para a Cartuxa a Casa de Detenção e Correcção. Actualmente dá pelo nome de Instituto de Reinserção Social Padre António de Oliveira, mas continua a lutar pela reinserção de jovens delinquentes.


Sociedade Recreativa Unidos Caxienses

Na década de 20 do Séc. XX, Caxias viveu dois acontecimentos inolvidáveis: a classificação de Caxias como praia de 2ª ordem e a fundação do Grupo Desportivo Unidos Caxienses, que ainda hoje continua a ser uma das entidades que mais dinamiza a zona de Caxias.


Escola Primária Nº1 de Caxias

A criação da Escola Primária Oficial Nº1 de Caxias no final da década de sessenta, mais concretamente em 1970, foi um dos acontecimentos maiores desta época na zona de Caxias, que cada vez concentrava um número significativo de habitantes.


Escola Básica 2/3 de Caxias

Na constante tentativa de melhorar a rede escolar da zona de Caxias, em 1976 foi instalada provisoriamente a EB 2,3 de Caxias, que 26 anos depois, em 22 de Junho de 2002, viu finalmente inauguradas as suas novas, e definitivas, instalações.

Próxima etapa: Paço de Arcos

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Who links to my website?
hit counters
hit counter